Que cultura?

quarta-feira, 12 de agosto de 2009 , Posted by Ismael Mendonça at 13:37

Enquanto bebíamos um chimarrão e assistíamos a novela das oito, nos veio o questionamento: “que cultura bebemos e damos de beber?” Alias, vendo roupas indianas, “que cultura vestimos?” Ouvindo aquela música, “o que ouvimos e fazemos ouvir?” Ficou pior quando pensamos “que cultura vemos e qual nos alimenta?” “Que cultura compramos e vendemos e qual nos abriga?”
Não nos damos conta, mas, em escala cada vez maior, involuntariamente, nos afastamos de nossas raízes culturais. Digo involuntariamente por que não escolhemos por uma ou outra cultura, talvez também pelo fato de não reconhecermos nossos elementos culturais: “cresci com a afirmação de que o povo brasileiro era um povo sem cultura”.
Como pode existir um povo sem cultura? Porque moramos em casas e não em outro tipo de moradia? Porque comemos arroz e feijão e não sopa de amendoim? Porque dançamos chula e não balé? Cultura não são somente os saberes e fazeres eruditos e ou acadêmicos, mas também os saberes e fazeres populares.
Encontrar formas de resgatar a memória, fortalecer e promover as culturas populares talvez sejam uns dos maiores desafios das políticas públicas, talvez porque essas não recebem investimento privado e, quando recebem, em boa parte são tencionadas a abrir mão de elementos essenciais de sua cultura.
As administrações do Partido dos Trabalhadores e Frente Popular vem ao longo destes anos refletindo acerca destas questões, entre as diversas ações propõe a descentralização da cultura, uma política pública que visa garantir produção e fruição das culturas locais e hoje, por meio do Ministério da Cultura, propõe os Pontos de Cultura, investimento direto na comunidade local, para resgate, fortalecimento e promoção de sua cultura, ambas políticas existentes em nossa cidade.
No dia 15 de agosto, faremos um Seminário acerca das Políticas Culturais, “fortalecendo as culturas locais”, tendo como principal objetivo buscar, desde as culturas locais, encontrar formas de resgatá-las, se for preciso, fortalece-las e promove-las para que possamos nos conhecermos e reconhecermos, sabendo que as nossas culturas não são nem piores nem melhores, mas diferentes.

Ismael Mendonça,

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